Memória

O ensino universitário da Filosofia em Lisboa remonta ao Curso Superior de Letras, criado em 1858 por D. Pedro V. A criação da Faculdade de Letras de Lisboa, em 1911, inclui, entre os seus Grupos, o de Filosofia (6º Grupo). As reformas das Faculdades de Letras, de 1926 e 1930, substituem o 6º Grupo pela Secção de Ciências Histórico-Filosóficas, mas a reforma de 1957 restitui a autonomia dos estudos filosóficos, através da criação da Secção de Filosofia. Desde então, houve outras reformas das Faculdades de Letras e dos cursos de Filosofia, que não puseram em causa a autonomia científica da Filosofia, que fora decisivamente restabelecida pela reforma de 1957. Esta é, por isso, a reforma que tomamos como referência para recordarmos a seguir os professores que nos precederam e marcaram. No entanto, as nossas memórias são selectivas, i.e., sujeitas a lapsos, os critérios de selecção são inelutavelmente múltiplos, e as dificuldades de obtenção e precisão de dados são muitas. Por todas estas razões, o registo que aqui oferecemos não pode ser exaustivo, mas é aberto e em permanente actualização.

Adriana veríssimo serrão

Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mestre com uma dissertação sobre a Estética de Immanuel Kant (1985) e doutorada com uma tese sobre a Antropologia Ludwig Feuerbach (1996). Em 2006, recebeu o Prémio da JNICT/União Latina pela tradução de L. Feuerbach, A Essência do Cristianismo (FCG, 1994, 2001). Foi a editora da Revista Philosophica entre 2012 e 2021, e Presidente do Conselho Científico da Sociedade Feuerbach (Berlim). Entre 2010 e 2013, coordenou o projecto de investigação FCT “Filosofia e Arquitectura da Paisagem”, do qual resultaram, nomeadamente três volumes: Filosofia da Paisagem.Uma Antologia (CFUL, 2011), Filosofia da Paisagem.Um Manual (CFUL, 2012), Filosofia da Paisagem. Estudos (2013). É, aliás autora de variados estudos dedicados, não apenas à Filosofia da Natureza e da Paisagem, mas à Filosofia da Sensibilidade, à Antropologia Filosófica e à Estética.

António Franco Alexandre (n. 1944)

B.Sc. em Matemática pela Universidade de Harvard e Doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa. Autor de obra poética pela qual recebeu vários prémios literários: Os objectos principais (Coimbra, Centelha, 1979); Quatro Caprichos (Lisboa, Assírio & Alvim, 1999), Grande Prémio de Poesia APE/CTT e Prémio de Poesia Luís Miguel Nava; Uma Fábula (Lisboa, Assírio & Alvim, 2001); Duende (Lisboa, Assírio & Alvim, 2002), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus e Prémio Correntes d’Escritas; Aracne (Lisboa, Assírio & Alvim, 2004).  

António Luís Rivara Fragoso Fernandes (n. 1929) 

Exerceu entre 1976 e 1982. «Doutor em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa com uma dissertação sobre Kant. Foi Assistente no Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Autor de: Da Aporia à Cisão. Uma interpretação do Opus Postumum Kantiano (2006).» Leonel Ribeiro dos Santos (Coord.), Kant: Posteridade e Actualidade, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, p.806. 

Artur Moreira de Sá (1913-1989) 

«Depois de se ter formado, com distinção, em Ciências Histórico-Filosóficas, obteve, em 1947, o doutoramento, com a defesa da dissertação Francisco Sanches, Filósofo e Matemático. Desde que em 1945 ficou profissionalmente ligado à Faculdade de Letras de Lisboa não mais deixou de aí exercer profícua e esclarecida actuação, tendo por objectivo principal o estudo e a valorização das obras de pensamento filosófico português. As iniciativas que Moreira de Sá tomou no âmbito do Centro de Estudos de Psicologia e de História da Filosofia, anexo à Faculdade de Letras de Lisboa, dando a conhecer dezenas de obras verdadeiramente significativas e antes inacessíveis aos estudiosos da Filos. e da Cultura portuguesas (…), marcam na vida cultural do nosso país uma fase de importância histórica indesmentível. […]. Todavia, o seu nome ficou sobretudo ligado à monumental obra de investigação histórica sobre a Univ. portuguesa – desde as origens até ao séc. XVI (1537) –, com a edição do respectivo corpus documental: o Chartularium Universitatis Portugalensis, com 9 vols., publicados sob sua direcção, e o Auctarium Chartularii Universitatis Portugalensis, com 3 vols., que passa a constituir a mais preciosa fonte documental sobre a história da Univ. de Lisboa, depois transferida para Coimbra.» F. Gama Caeiro, “SÁ (Artur Moreira de)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 4, Lisboa, Editorial Verbo, cols.849-851.

Carlos Couto Sequeira Costa (n. 1956) 

Licenciado em Filosofia (1980), Mestre com uma tese sobre a Estética de Leibniz e o Barroco (1985), Doutor com a tese Tópica Estética/Filosofia Música Pintura (1993). Professor com Agregação em Estética e Filosofia, com a Lição “Desagregação E Filosofias ComparatiVistas" (2009). Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da antiga JNICT e da Flad. Autor de: Aesth/Etica (Lisboa, Fenda Edições, 2010), Vedutismo (Coimbra, Pé de Página Editores, 2004), Três Lições de Arquitectura. Ensaio de Filosofia (Lisboa, Fenda Edições, 2002). 

Carlos Henrique do Carmo Silva (n. 1947) 

Licenciou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1970 com a apresentação de uma tese intitulada: Do Ser e da Aparência ou da Diferença Ontológica Fundamental (2 volumes). Nesse mesmo ano foi contratado como assistente da FLUL, tendo leccionado várias disciplinas nas áreas da Filosofia Antiga, da Lógica, da Filosofia da Linguagem e da Metafísica. A partir de 1972 inicia a sua leccionação no Departamento de Filosofia e de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Tem uma vasta obra publicada, em particular nas revistas Didaskalia, Itinerarium e Revista Portuguesa de Filosofia. É autor de obras como Experiência Orante em Santa Teresa de Jesus (1986), Deserto e Metamorfose de Vida (2001) e O Ócio na Tradição Cristã (2003). Especializou-se na relação entre filosofia e mística, tanto na tradição ocidental como oriental. 

Carlos João Correia

Autor de Ricoeur e a Expressão Simbólica e Sentido (Lisboa: Gulbenkian, 1999), Mitos e Narrativas. Ensaios sobre a Experiência do Mal (Lisboa: CFUL, 2003), A Religião e o Sentido da Vida (Lisboa: CFUL, 2011), Sentimento de Si e Identidade Pessoal (Lisboa, CFUL: 2012), co-autor de O Budismo e a Natureza da Mente (Lisboa: Mundos Paralelos, 2005), O Regresso do Sagrado (Lisboa: Livros e Leituras, 1998), Filosofia e Sistema (Lisboa: FLUL, 1978), organizador de A Religião e o Ateísmo Contemporâneo (Lisboa, CFUL, 2009) A Mente, a Religião e a Ciência (Lisboa, CFUL, 2003), Cristina Beckert. Do Animal à Biosfera. Estudos sobre o Estatuto Moral da Natureza (Lisboa: CFUL, 2017) e co-organizador de Os Filósofos e a Educação (Lisboa, Colibri, 1993), Praxis. Seminário Ibérico de Filosofia (Lisboa, CFUL, 2000), Jogos de Estética, Jogos de Guerra (Lisboa, Colibri, 2006), Arte, Metafísica e Mitologia: Colóquio Luso-Alemão de Filosofia (Lisboa, CFUL, 2007/08) e Longos dias têm cem anos. Vieira da Silva: um olhar contemporâneo (Lisboa, CFUL, 2009), O Feio para além do Belo (Lisboa, CFUL, 2012). 

Publicou mais de 100 artigos no âmbito filosófico.

Carmo d’Orey (n. 1933-2023) 

Exerceu entre 1986 e 2003. Desenvolveu investigação nas áreas da Estética e da Filosofia Analítica. Foi coordenadora do Mestrado de Estética e Filosofia da Arte. Autora de A exemplificação na Arte: Um estudo sobre Nelson Goodman (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1999).


Cristina Beckert (1956-2014) 

Exerceu entre 1980 e 2014. «Há vidas que são o lugar de onde brotam obras que lhes sobrevivem. Na arte, no conhecimento, na política. Outras vidas vão mais longe. São elas próprias uma obra. Uma construção que faz do tempo o seu elemento plástico, e são por si uma aventura do conhecimento contra o triunfo, permanentemente reclamado, da indigência e do vazio. A filósofa Cristina Beckert, professora da Universidade de Lisboa, ofereceu-nos uma existência deste segundo grau. A sua produção como investigadora e ensaísta é generosa, profunda e inovadora. Deixa uma marca própria, que prosseguirá nos trabalhos que estimulou e inspirou nos domínios da ética, em particular o campo cheio de desafios e promessas da ética ambiental, em que deixou a reflexão mais sólida e consistente escrita em língua portuguesa.» Viriato Soromenho-Marques, “Ponto de luz”, Diário de Notícias, 30 de Junho de 2014. Autora de: Ética (Lisboa, CFUL, 2013), Subjectividade e Diacronia no Pensamento de E. Lévinas (Lisboa, CFUL, 2010), Um Pensar para o Outro. Reflexões sobre o Pensamento de Emmanuel Lévinas (Lisboa, CFUL, 2008). Homenagem: AAVV, Pensar para o Outro. Desafios Éticos Contemporâneos. Homenagem a Cristina Beckert (Lisboa, CFUL, 2017).


Delfim Santos (1907-1966) 

«Em 1927 matricula-se na Faculdade de Letras do Porto, na secção de Ciências Histórico-Filosóficas, onde se licencia em 1931. […]. Entre 1935 e 1937 é bolseiro da Junta de Investigação Nacional, tendo-se deslocado à Áustria, onde estudou com Schlick e Buehler, à Inglaterra, onde trabalhou na Aristotelian Society, bem como em Cambridge, onde estudou com Moore e Broad. Em 1937 regressa a Portugal mas, logo em seguida, parte para a Alemanha, como leitor de Português na Univ. de Berlim. […]. Frequenta, nesta sua estada na Alemanha, os seminários de N. Hartmann, […]. Em Friburgo entra em contacto com a filos. de M. Heidegger, que muito o iria influenciar. Em 1940 doutora-se na Univ. de Coimbra com uma dissertação intitulada Conhecimento e Realidade. Em 1946 concorre a professor extraordinário da secção de Ciências Pedagógicas da Faculdade de Letras, apresentando a tese Fundamentação Existencial da Pedagogia. Em 1948 é nomeado professor agregado e em 1950 concorre a professor catedrático.» Maria de Lourdes Sirgado Ganho, “SANTOS (Delfim)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 4, Lisboa, Editorial Verbo, cols.914-915. Homenagem: AAVV, Octogésimo aniversário do nascimento do Professor Delfim Santos. Comemorações, Lisboa, Centro Cultural Delfim Santos, 1990.

Délio Nobre Santos (1912-1977) 

«Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas (1935) pela Faculdade de Letras de Lisboa e pela mesma doutorado (1941), exerceu aí o seu magistério – atingindo a categoria de professor catedrático – desde 1941, ensinando Filos., depois de ter leccionado também no Liceu de Pedro Nunes, em Lisboa, e na Escola Superior de Educação Física da Sociedade de Geografia de Lisboa. […]. A longa permanência de Délio Nobre Santos na Univ. portuguesa deixaria nesta significativa influência, tanto ao nível de intervenção científico-administrativo (foi co-fundador do Centro de Psicologia e História da Filosofia, na Faculdade de Letras, também director desta, bem como delegado do reitor dos Estudos Gerais Universitários, em Sá da Bandeira), como sobretudo pelo estilo docente e mundividência filosófica.» Joaquim Cerqueira Gonçalves, “SANTOS (Délio Nobre)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 4, Lisboa, Editorial Verbo, cols.916-917. Autor de: Nova Instauratio Philosophiae, 1970. 

Edmundo Curvelo (1913-1955) 

«Professor na Fac. de Letras de Lisboa de 1948 a 1954, notabilizou-se sobretudo pelo seu vasto contributo para o desenvolvimento dos estudos de Lógica Formal no curriculum filosófico português. O ensino de Curvelo despertou num número significativo de estudantes o interesse pelos métodos de raciocínio típicos daquela disciplina, bem como pela sua aplicação aos problemas perenes da Filosofia, e a sua morte prematura representou sem dúvida uma grande perda para o pensamento lógico nacional. – Na sua qualidade de principal discípulo de Vieira de Almeida, […], C. adoptou – embora de modo original e peculiar – a maneira de pensar desenvolvida nos anos 30 pelos filósofos do Círculo de Viena, a qual é expediente designar por positivismo lógico.» João Branquinho, “CURVELO (Edmundo)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 1, Lisboa, Editorial Verbo, col.1265. Autor de: Introdução à Lógica, Lisboa, 1943; Fundamentos Lógicos da Psicologia, Coimbra, 1946.

Eduardo Chitas (1937-2011) 

Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Genebra (1963) e obteve o grau de Doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1989). Foi co-fundador da Sociedade Portuguesa de Filosofia, da Internationale Gesellschaft für dialektische Philosphie - Societas Hegeliana Internationale Gesellschaft Hegel-Marx für dialektisches Denken (2003) e membro da Direcção da Internationale Hegel-Gesellschaft (1974-1978). 

Fernando Belo (1933-2018) 

Licenciou-se em Engenharia Civil, pelo Instituto Superior Técnico (1956) e em Teologia, pela Universidade Católica de Lovaina/Instituto Católico de Paris (1967-1968). Doutor Honoris Causa pelo Instituto de Teologia Protestante de Paris (1977). Foi professor de Filosofia da Linguagem na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde concluiu, em 1989, uma tese de doutoramento sobre a epistemologia da Semântica saussureana. Autor de: Lecture matérialiste de l’évangile de Marc. Récit, pratique, idéologie (Paris, CERF, 1974. Traduzido em várias línguas); Conversa. Linguagem do Quotidiano – Ensaio de Filosofia e Pragmática (Lisboa, Presença, 1991); Linguagem e Filosofia – algumas questões para hoje (Lisboa, Fund. Calouste. Gulbenkian, 1991); Epistemologia do Sentido (Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 1991); Heidegger, Pensador da Terra (Coimbra, Associação Portuguesa de Professores de Filosofia, 1992); Filosofia e Ciências da Linguagem (Lisboa, Colibri, 1993); Leituras de Aristóteles e de Nietzsche. A poética sobre a verdade e a mentira (Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 1994); Le jeu des sciences avec Heidegger et Derrida, TT.1-2 (Paris, L’Harmattan, 2007); La Philosophie avec Sciences au XXe siècle (Paris, L’Harmattan, 2009); Da Natureza à Técnica (construção, desconstrução, reconstrução) (e.book, ed. de autor, Leya, 2013); Compreender é um Espanto. Articulando Filosofia com Ciências (Lisboa, Colibri, 2018); Seja um Texto de Paixão – Onde se mostra que sem a Filosofia não haveria Europa (Lisboa, Colibri, 2018). 

Francisco da Gama Caeiro (1928-1994) 

Exerceu entre 1959 e 1990. «Outra das linhas marcantes deste Departamento foi e é, ao que me parece, a investigação em torno do pensamento filosófico português, […], sendo elevado a um mais alto patamar de exigência com Francisco da Gama Caeiro, que dedicou parte relevante do seu labor de investigador e mestre à questão da radicação cultural da filosofia, abrindo caminho para a valorização do pensamento filosófico de tantos autores portugueses, partindo de Santo António até Leonardo Coimbra.» Pedro Calafate, “Filosofia”, in Sérgio Campos Matos, Jorge Ramos do Ó (Coord.), A Universidade de Lisboa nos Séculos XIX e XX, Vol. II, Lisboa, Universidade de Lisboa e Edições Tinta-da-China, 2013, p.947. Autor de: Santo António de Lisboa, Volumes I-II, Lisboa, INCM, 1995; Dispersos, Volumes I-III, Lisboa, INCM, 1998-2000. Homenagens: AAVV, Pensar a Cultura Portuguesa. Homenagem a Francisco da Gama Caeiro, Lisboa, Edições Colibri – Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1993; Maria Leonor L.O. Xavier (Coord.), Francisco da Gama Caeiro. A presença 20 anos depois, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, 2014.


Francisco Vieira de Almeida (1888-1962) 

«Licenciado pela Fac. de Letras de Lisboa, iniciou a actividade docente no ensino secundário. Doutorando-se em Filosofia, concorreu ao grupo de História (1915) e, em 1921, à secção de Filosofia da Fac. em que se graduara, aí ascendendo à cátedra em 1930, onde virá a exercer fecundo magistério, até 1958. – […] –. O magistério filosófico de V. A., onde avultavam, a par de um cepticismo ontológico radical, indiscutíveis dons de exposição penetrante, de finura crítica, de invulgarmente amplos horizontes de cultura, ficará valendo, porventura, não tanto pela fundamentação e concepção sistemática de Filosofia, que o próprio A. recusava, mas pelas análises percutientes dos temas fundamentais desta, por ele abordados, e pelo permanente estímulo de uma atitude indagadora, medular do exercício filosófico, que a sua obra fielmente repercute e suscita.» Francisco da Gama Caeiro, “ALMEIDA (Francisco Lopes Vieira de)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 1, Lisboa, Editorial Verbo, cols.177-179. Autor de: Obra Filosófica de Vieira de Almeida, Volumes I-II, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1986-1987. Homenagem: Nuno Nabais (Ed.), Vieira de Almeida (1888-1988). Colóquio do Centenário, Departamento de Filosofia, Faculdade de Letras de Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian, 1991. 

Isabel Matos Dias Caldeira Cabral (n. 1950) 

Exerceu entre e 1980 e 2009. Fez a tese de mestrado (1986) e de doutoramento (1997) sobre a Filosofia de M. Merleau-Ponty. Foi responsável pelo Mestrado em Estética e Filosofia da Arte. É investigadora do Centro de Filosofia desde a sua fundação, em 1989, e foi membro da Direcção entre 1997-2003. Coordenou os projectos “Fenomenologia e Ontologia” e “Arte e Filosofia” do Centro de Filosofia e tem colaborado em inúmeros projectos. As suas áreas de investigação são a Hermenêutica, a Fenomenologia e a Estética e tem trabalhado os temas do corpo, do sensível, dos sentidos, da imagem, da articulação entre a filosofia e a(s) arte(s), e a filosofia dos jardins. Tem também escrito sobre o trabalho dos artistas Maria Helena Vieira da Silva e José Pedro Croft. Autora de: Uma Ontologia do Sensível. A aventura filosófica de Maurice Merleau-Ponty, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 1999.

João Paisana (1949-2000) 

Exerceu entre 1975 e 2000. Licenciou-se em Filosofia (1974) e obteve o grau de Doutor em Filosofia (1988) pela Universidade de Lisboa. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Fenomenologia e director da revista de Fenomenologia Phainomenon. Autor de: Fenomenologia e Hermenêutica (Lisboa, Presença, 1992), História da Filosofia e Tradição Filosófica (Lisboa, Colibri, 1993), Husserl e a Ideia de Europa (Porto, Edições Contraponto, 1997). Homenagem a João Paisana: Phainomenon, nºs 5/6, Lisboa, 2002.

João Branquinho

Doutorou-se na Universidade de Oxford, onde estudou com Timothy Williamson. Professor Catedrático, ensinou Lógica, Metafísica e Fundamentos da Ciência Cognitiva. Fundou o grupo LanCog, que coordenou durante cerca de 20 anos. Entre 2002 e 2005, presidiu à  European Society for Analytical Philosophy. Organizou The Foundations of Cognitive Science (Oxford University Press: 2002) e co-organizou a Enciclopédia de Termos Lógico-Filosóficos (Martins Fontes: 2006), bem como o  Compêndio em Linha de Problemas de Filosofia Analítica. Publicou artigos em revistas internacionais como Analysis and Philosophical Perspectives. Fundou e editou a revista Disputatio.

João Paulo Monteiro (1938-2016)

Dado o exílio da família no Brasil em 1954, João Paulo Monteiro teve sua formação académica no Brasil. Fez o seu mestrado em filosofia na Universidade de São Paulo em 1967 sob a orientação do professor Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior com uma dissertação sobre os Ensaios Políticos de David Hume, e doutorou-se pela Universidade de São Paulo em 1973, tendo defendido a tese Teoria, Retórica, Ideologia: ensaio sobre a filosofia política de Hume, publicada em 1975. Em 1975 defendeu a sua tese de Livre-docência, intitulada "Natureza, Conhecimento e Moral na Filosofia de Hume". Contribuiu para a difusão e interesse em torno da filosofia e obra de David Hume em língua portuguesa. Foi membro fundador da Hume Society. Traduziu algumas obras de Hume e escreveu vários artigos e estudos sobre sua filosofia. A sua contribuição para os estudos da filosofia de Hume tem sido reconhecida por vários outros intérpretes do pensamento de Hume. No Brasil, a revista académica Prometheus dedicou o número 23 em sua homenagem.

Joaquim Cerqueira Gonçalves (n. 1930) 

Exerceu entre 1963 e 2000. Agraciado pela Presidência da República Portuguesa com o Grande Colar da Ordem da Instrução Pública (2002). «Catedrático do Departamento de Filosofia da FLUL e durante muitos anos do último quartel do século passado, coordenador da sua Comissão Científica. A par do seu sentido de serviço à comunidade académica, traduzido na dedicação às tarefas de administração do Departamento de Filosofia e da Faculdade, bem como no dinamismo com que impulsionou a criação do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, de que foi primeiro director, Cerqueira Gonçalves regia a disciplina de Filosofia Medieval, mas construiu o seu percurso académico em acentuada pluralidade de interesses, partindo sempre da matriz personalista da cultura cristã, sobretudo na sua vertente franciscana, tendo dedicado a S. Boaventura a sua dissertação de doutoramento.» Pedro Calafate, “Filosofia”, in Sérgio Campos Matos, Jorge Ramos do Ó (Coord.), A Universidade de Lisboa nos Séculos XIX e XX, Vol. II, Lisboa, Universidade de Lisboa e Edições Tinta-da-China, 2013, p.952. Autor de: Homem e Mundo em São Boaventura, Braga, 1970; Itinerâncias da Escrita, Volumes I-III, Lisboa, INCM, 2011-2015. Homenagens: Departamento e Centro de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa (Org.), Poiética do Mundo. Homenagem a Joaquim Cerqueira Gonçalves, Lisboa, Edições Colibri, 2001; AAVV, Florilégio Medieval: Itinerários Filosóficos com Joaquim Cerqueira Gonçalves, Revista Quadrimestral de Cultura publicada pelos Franciscanos de Portugal, Ano LXII nº especial (Maio-Dezembro 2016) nº 215/216.


Joaquim João Braga Coelho Rosa (n. 1949) 

Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lovaina em 1976 e obteve o grau de Doutor em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa em 1992, com a dissertação Lógica e Metafísica em Aristóteles. Foi professor de Filosofia e de Introdução à Política no Ensino Secundário entre 1976 e 1978. Foi Assistente com funções de Regência na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa entre 1976 e 1988, e Presidente do Instituto de Inovação Educacional de António Aurélio da Costa Ferreira entre Janeiro de 1990 e Maio de 1993. Na Escola Superior de Educação São João de Deus foi Professor convidado e Director entre 1994 e 1998. Foi também Diretor na Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich no ano letivo de 1997/98. Secretário-Geral no Conselho Nacional de Educação de 1 de Abril a 9 de Novembro de 1997. 

José Trindade santos (n. 1941)

Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1974), obteve o grau de Mestre em Filosofia pela Universidade Nova de Lisboa (1984) e o grau de Doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1989). Após aposentação na UL, serviu oito anos como Professor Adjunto na UFPB (Brasil), foi Professor Visitante na Universidade de Brasília (1996-1997; 2000-2001; 2003-2004) e na Universidade Federal do Ceará (2013-2014). Autor de : Platão. A Construção do Conhecimento (Lisboa, Gradiva / São Paulo, Paulus, 2012), Para Ler Platão I, II e III (São Paulo, Loyola, 2008-2009), Antes de Sócrates (Lisboa, Gradiva, 1992).

Leonel Ribeiro dos Santos (n. 1947)

«Dotado de um saber enciclopédico tanto nas matérias da sua especialidade quanto noutros domínios da arte e da cultura, o Leonel era (e felizmente continua a ser) constantemente interpelado, pois a ele se recorre para solucionar dúvidas, para esclarecer posicionamentos filosóficos, para conhecer novos livros sobre esta ou aquela matéria. […] No amplo leque dos seus interesses filosóficos sublinhamos a Filosofia Kantiana, a Filosofia do Renascimento, a Filosofia Portuguesa, a Ética, a Filosofia Política, a Filosofia da Educação.» AAVV, “Apresentação”, in AAVV (Coord.), A Poética da Razão. Homenagem a Leonel Ribeiro dos Santos, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2013, p.7. Autor de: A razão sensível. Estudos Kantianos (Lisboa, Colibri, 1994); O Espírito da Letra. Ensaios de Hermenêutica da Modernidade (Lisboa, INCM, 2007); Melancolia e Apocalipse. Estudos sobre o Pensamento Português e Brasileiro (Lisboa, INCM, 2008); Regresso a Kant. Ética, Estética, Filosofia Política (Lisboa, INCM, 2012); Ideia de uma Heurística Transcendental. Ensaios de Meta-Epistemologia Kantiana (Lisboa, Esfera do Caos, 2013); Retórica da Evidência: ou Descartes segundo a ordem das imagens (Lisboa, CFUL, 2013).  Homenagem: AAVV, A Poética da Razão. Homenagem a Leonel Ribeiro dos Santos (Lisboa, CFUL, 2013).  

Manuel Antunes (1918-1985) 

Exerceu entre 1957 e 1985. Doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa (1981). «A marca do seu magistério ecoa ainda na nossa actividade, tanto através daqueles que o conheceram directamente, como pelos mais “recentes”, que vislumbram nos seus textos o sempre gratificante encontro com a palavra. Foram marcantes as suas lições no âmbito da Ontologia, da História da Cultura Clássica, da História da Civilização Romana ou da Filosofia Antiga.» Pedro Calafate, “Filosofia”, in Sérgio Campos Matos, Jorge Ramos do Ó (Coord.), A Universidade de Lisboa nos Séculos XIX e XX, Vol. II, Lisboa, Universidade de Lisboa e Edições Tinta-da-China, 2013, p.946. Autor de: Obra Completa (14 volumes), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2005-2012. Homenagens: AAVV (Docentes de Filosofia da FLUL), Ao Encontro da Palavra. Homenagem a Manuel Antunes, Lisboa, Faculdade de Letras (Filosofia), 1986; José Eduardo Franco e Hermínio Rico (Coord.), Padre Manuel Antunes (1918-1985). Interfaces da cultura portuguesa e europeia, Lisboa, Campo das Letras – Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa da Universidade de Lisboa, 2007.

Manuel Barbosa da Costa Freitas (1928-2010) 

Exerceu entre 1987 e 1998. «Homem de cela e da instituição universitária, Costa Freitas chega à sociedade, através, ora dos textos que esculpiu, na alma dos seus alunos, em colaboração com eles, ora da palavra escrita, sobretudo em publicações periódicas e em enciclopédias, que constituem veículos práticos, versáteis e actualizados de transmissão do saber. Assim conseguiu alargar a atmosfera dos claustros que inspiraram a sua filosofia, ou seja, o franciscano e o universitário.» Joaquim Cerqueira Gonçalves, “Apresentação”, in Manuel Barbosa da Costa Freitas, O Ser e os Seres. Itinerários Filosóficos, Volume I, Lisboa, Editorial Verbo, 2004, p.13. Autor de: O Ser e os Seres. Itinerários Filosóficos, Volumes I-II, Lisboa, Editorial Verbo, 2004. Homenagens: Cassiano Reimão (Org.) e Manuel Cândido Pimentel (Coord.), Os Longos Caminhos do Ser. Homenagem a Manuel Barbosa da Costa Freitas, Lisboa, Universidade Católica Editora, 2003; AAVV, Manuel Barbosa da Costa Freitas, OFM, 1928-2010. Homenagem. Itinerarium. Revista Quadrimestral de Cultura publicada pelos Franciscanos de Portugal, Ano LVI (Lisboa, 2010).

M. J. Carmo Ferreira (n. 1943) 

Exerceu entre 1971 e 2007. Presidente da Sociedade Científica da Universidade Católica. Foi Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. «A acção do Professor Carmo Ferreira, na sua Universidade e na  Universidade Portuguesa, foi desde cedo assumida como uma tarefa de justificação da filosofia no espaço público enquanto exercício responsável da razão e garantia da liberdade do pensar, que, ao mesmo tempo, se constitui como justificação filosófica da Universidade enquanto espaço institucional do exercício criador e livre da razão e como justificação filosófica e ética das condições da cidadania e da dignidade dos homens segundo as exigências da razão e os imperativos da liberdade. […] No panorama dos estudos filosóficos em Portugal das últimas quatro décadas, o Professor Carmo Ferreira releva mormente quando se pensa nos estudos sobre Hegel e outros filósofos do Idealismo Alemão (Kant, Fichte, Schelling, Friedrich Schlegel) […]» AAVV, “Apresentação”, in AAVV (Coord.), Razão e Liberdade, Vol. I, Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2010, p.15. Autor de: Hegel e a Justificação da Filosofia (Iena, 1801-1807), Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1992. Homenagem: AAVV, Razão e Liberdade. Homenagem a Manuel José do Carmo Ferreira, Volumes I-II (Lisboa, CFUL, 2010). 

M.S. Lourenço (1936-2009) 

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1965), foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Oxford (1965-1968), Leitor de Português (1968-1971) nas Universidades de Oxford e de Santa Barbara (Califórnia, E.U.A.), tendo ainda ensinado nas Universidades de Bloomington (Indiana, E.U.A.) e de Inssbruck (Áustria). Pós-graduado (M.A., Oxford) e Doutorado (Lisboa) em Filosofia Analítica, foi professor de Lógica e Filosofia da Matemática. Foi Presidente da Sociedade Portuguesa de Filosofia (1999-2004) e Director da revista de Filosofia Disputatio. Foi agraciado com a Grã Cruz da Ordem de Santiago de Espada, a Cruz de Honra de I Classe da República da Áustria. Autor de: A Espontaneidade da Razão: A Analítica Conceptual da Refutação do Empirismo na Filosofia de Wittgenstein (Lisboa, IN-CM, 1986), Teoria Clássica da Dedução (Lisboa, Assírio & Alvim, 1991), A Cultura da Subtileza: Aspectos da Filosofia Analítica (Lisboa, Gradiva, 1995). Homenagem a M.S. Lourenço: António M. Feijó, Miguel Tamen, A Teoria do Programa: Uma Homenagem a Maria de Lourdes Ferraz e M.S. Lourenço, Programa em Teoria da Literatura, Lisboa, 2007. 

Manuel Villaverde Cabral (n. 1940) 

Licenciado em Letras Modernas pela Universidade de Paris (1968) e Doutor em História pela École des Hautes Études en Sciences Sociales da Universidade de Paris (1979), com a tese Le Portugal de 1890 à 1914: forces sociales, croissance économique et pouvoir politique. Além de professor neste Departamento, leccionou na Universidade de Wisconsin (Madison, EUA), na École des Hautes Études Sociales (Paris), No King’s College. Foi director da Biblioteca Nacional e Vice-Reitor da Universidade de Lisboa (1998-2002). Autor de: Dimensões da Cidadania. A Mobilização Política em Portugal numa Perspectiva Comparada (Lisboa, 2014), Portugal na Alvorada do Século XX (Lisboa, 2000), entre outras. 

Maria Luísa Ribeiro Ferreira (n. 1944) 

«Autora de extensa obra escrita, dinamizadora de projectos filosóficos inovadores, como atesta o seu longo currículo, mas também combativa defensora de causas, como a da filosofia (feita) no feminino e a do ensino filosófico) da filosofia, Maria Luísa Ribeiro Ferreira é uma personalidade de convicções fortes, sincera e leal, que marcou sempre aqueles com quem tem convivido no percurso da sua vida», AA.VVV., A Paixão da Razão. Homenagem a Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Lisboa, CFUL, 2014, p.17. Autora de: Uma Meditação de Vida. Em Diálogo com Espinosa (Lisboa, Esfera do Caos, 2013), Diálogo e Controvérsia na Modernidade Pré-Crítica (S. Leopoldo, Unisinos, 2013), As Mulheres na Filosofia (Lisboa, Colibri, 2009). Homenagem: A Paixão da Razão. Homenagem a Maria Luísa Ribeiro Ferreira, Lisboa, CFUL, 2014.

Maria Manuela Simões Saraiva (1924-1995) 

«A diversificação da formação académica de Maria Manuela Saraiva reflectir-se-á na sua docência, repartida pelos Departamentos de Filologia Românica (c. 10 anos) e pelo de Filos. (c. 15 anos) da Faculdade de Letras da Univ. de Lisboa. Nesta mesma Univ. se licenciou em Filologia Românica, em 1949, com a dissertação “O conto em Fialho de Almeida e Miguel Torga”. Parte depois para Paris, onde conclui, em 1954, duas licenciaturas em Filos.: uma pela Sorbona, outra, em Filos. Escolástica, pelo Instituto Católico de Paris. Obtém o doutoramento em Filos. Em 1963, pelo Instituto Superior de Filosofia da Univ. Católica de Lovaina, com a dissertação L’imagination selon Husserl, que merece a publicação, em 1970, na colecção “Phaenomenologica”, pelo reconhecido rigor e originalidade.» Isabel Matos Dias, “SARAIVA (Maria Manuela Simões)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 4, Lisboa, Editorial Verbo, col.922. Autora de: A Imaginação segundo Husserl, tradução do francês por Isabel Tamen e António Pedro Mesquita, Paris, Centro Cultural Calouste Gulbenkian, 1994.

Mário Pacheco (1926-2001) 

Doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa, leccionou neste Departamento as disciplinas de Introdução à Filosofia, Axiologia e Ética, História da Filosofia Moderna e História da Filosofia Antiga. Autor de: A Génese do Problema da Acção em Blondel (1878-1882): sentido de um projecto filosófico, Lisboa/Paris, Fundação Calouste Gulbenkian/ Centro Cultural Português, 1982. 

Oswaldo Market (1927-2016) 

Exerceu entre 1963 e 1976. Doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa (1982). «Discípulo mental de Kant, do idealismo e do romantismo alemão, Market criou no Departamento de Filosofia uma linha de investigação e de docência que teve e tem continuidade em professores como Manuel do Carmo Ferreira, Leonel Ribeiro dos Santos e José Barata-Moura, […]. O estudo e a docência em torno de Kant e do idealismo alemão é seguramente uma das marcas de identidade, nas últimas décadas, do Departamento de Filosofia, com continuidade em docentes mais novos como Viriato Soromenho-Marques» Pedro Calafate, “Filosofia”, in Sérgio Campos Matos, Jorge Ramos do Ó (Coord.), A Universidade de Lisboa nos Séculos XIX e XX, Vol. II, Lisboa, Universidade de Lisboa e Edições Tinta-da-China, 2013, p.947. Autor de: Dinámica del Saber, Madrid, 1960. Homenagem: AAVV, Dinâmica do Pensar. Homenagem a Oswaldo Market, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – Departamento de Filosofia, 1991. 

Pedro Viegas (1950-2004) 

Doutor em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1992) com a tese Da Forma Problemática da Razão. Elementos para a Constituição de uma Antropologia Teleológica. Foi Professor Auxiliar neste Departamento e chefe de Gabinete do Reitor da Universidade de Lisboa, José Barata-Moura (1998-2006). Autor de: Consenso e Conflito no Pensamento de John Rawls, Lisboa, Edições Colibri, 2005. 

Vasco de Magalhães Vilhena (1916-1993) 

Exerceu entre 1974 e 1979. «Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Univ. de Coimbra com uma dissertação sobre o Progresso. História breve de uma ideia (1939), elaborada em conformidade metodológica com o materialismo dialéctico. No ano seguinte, publica o seu Pequeno Manual de Filosofia, cuja 2ª edição (1956) gerou alguma controvérsia pública. Data de 1941 a Unidade da Ciência. Introdução a um Problema, onde estuda as concepções formalistas da unidade da ciência a partir da matemática, da logística e da física, que o levam a um “regresso a Kant”. […]. Na capital francesa, primeiro sob a direcção de Raymond Bayer e, depois, de Pierre-Maxime Schuhl, trabalha no seu doctorat d’état, que obterá, em 1949, com as teses Le Problème de Socrate. Le Socrate historique et le Socrate de Platon (tese principal) e Socrate et la legende platonicienne (tese complementar); nestes trabalhos, questiona as teses de Burnet e Taylor sobre Sócrates histórico; entretanto continua como investigador no Seminário de Filosofia Antiga do C.N.R.S., para cujo quadro entrara em 1947, por iniciativa de A. Koyré.» Norberto Cunha, “VILHENA (Vasco Magalhães)”, in Logos. Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia, Volume 5, Lisboa, Editorial Verbo, cols.527-528. Director de: Panorama do Pensamento Filosófico, Volumes I-III, Lisboa, Edições Cosmos, 1956-1960. Homenagem: AAVV, Vasco de Magalhães-Vilhena, Historiador Social das Ideias, Philosophica 49 (Lisboa, 2016).


Viriato Soromenho-Marques (n. 1957)

Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa (1979). Grau de mestre em Filosofia Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa, obtido com a defesa de uma tese sobre A caracterização trágica do niilismo em Nietzsche (1985). Doutorado em Filosofia pela Universidade de Lisboa com a defesa de uma tese subordinada ao título Razão e progresso na filosofia de Kant (1991).

De 2003 a 2023, foi professor catedrático na FLU,. Coordenou o mestrado em Filosofia da Natureza e do Ambiente que teve início no ano lectivo de 1995-1996. Teve também colaboração na licenciatura de Estudos Europeus. Presidiu à Comissão Executiva do Departamento de Filosofia entre Maio de 1999 e Junho de 2002. Foi um dos promotores e integrou a Comissão Científica do Programa Doutoral em Alterações Climáticas e Desenvolvimento Sustentável (iniciado em 2009), e que reúne a Universidade de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa.

Desenvolveu desde 1978 uma intensa actividade no movimento associativo ligado à defesa do ambiente, tendo sido — de 1992 a 1995 — presidente da mais importante associação ambientalista nacional, a QUERCUS– Associação Nacional de Conservação da Natureza. Membro fundador da ZERO, em 2016.

Proferiu ou orientou mais de mil conferências e cursos breves em Portugal e vinte e três outros países. Publicou cerca de quatro centenas de estudos, abordando temas filosóficos, político-estratégicos, e ambientais. 

<sítio pessoal>

Equipa responsável: Carlos João Correia, Filipa Afonso, José Luis Pérez, Maria Leonor Xavier, Pedro Galvão.